2024
2024
Coreografia Marco da Silva Ferreira
Música Luis Pestana
Musica original inspirée de la musique d'Arcangelo Corelli Violin Sonata in D minor "La Folia", Op. 5 N°12
Figurinos Aleksandar Protic
Desenho de Luz Teresa Antunes
Assistência coreográfica Catarina Miranda
Performers Bailarinos da companhia Ballet de Lorraine
Ensaiadora Valérie Ferrando
Produção CCN de Lorraine
Em a Folia, Marco da Silva Ferreira parte de um fenómeno social do séc.XV para explorar os conceitos de êxtase, euforia e rebelião coletiva como motores da construção cultural, política e artística.
A Folia, um pilar musical do Renascimento, tem origem num ajuntamento popular nascido em Portugal, onde pastores e pastoras dançavam de forma rápida e desordenada, carregando aos ombros homens vestidos de mulher. De origem rural, ligada aos rituais de fertilidade, às festas, à música e à dança, rapidamente passou a marcar também as festividades das cortes dos reinos, sobretudo no sul da Europa.
Folia nasceu, em português, da associação da palavra fole – o fole usado para atiçar o fogo, etimologicamente próximo de fôlego – o ato de inspirar ar, e de folga – o dia de descanso ou lazer.
O/a folião/foliona – a pessoa em celebração, afastada do trabalho, permite-se encher a cabeça e os pulmões de ar e comporta-se com uma aparente loucura. Esta rede histórica de direções, significados e metáforas reflete a relevância e até mesmo o impulso deste fenómeno no passado e, de forma provocadora, no presente.
A partir deste contexto histórico, o coreógrafo encena um encontro fictício entre a festa portuguesa e as danças contemporâneas.